Sexualidade na gravidez
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Quando há já quase 9 anos idealizei o D’Barriga, este foi dos temas que considerei mais importante de abordar. À época, fui ouvir sexólogos e profissionais de saúde, pois considerava-me perfeitamente capaz de abordar esta temática.
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Quase 9 anos volvidos, esta é a primeira vez que abordo formalmente este tema……Porquê?
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Uma das razões é porque sempre que partilho com alguma das minhas excecionais colaboradoras – parteiras – que quero abordar este tema, a atitude é a de “atenção, há uma parte clínica muito importante que não é da tua alçada”….”atenção, os casais precisam de informações precisas e objectivas!”
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E isto acabou por me conter relativamente à abordagem que considero fundamental e que agora partilho convosco, com a promessa de em breve vos apresentar um outro artigo, rigorosíssimo, no que às questões clínicas diz respeito.
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Uma das primeiras observações que convosco partilho é que raro é o casal que de forma autónoma aborda ou assume alguma questão deste foro – embora, sempre que esse tema é abordado informalmente por alguma das nossas parteiras em contexto aula, os seus radares ficam bem alerta e a atenção redobra….
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A sexualidade continua, estranhamente, a ser uma temática repleta de tabus, mesmo depois do fabuloso Dr.Júlio Machado Vaz ter transformado a sexualidade em pura poesia, mesmo depois do Viagra e da maleta vermelha…..ora, na gravidez não é diferente…..
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Temos sempre que falar em sexualidade como algo que vai muito além da penetração – pois é redutor de outra forma, e muito em particular neste contexto. Logo, mesmo que no que à penetração diz respeito tenhamos que fazer “adaptações” – bem hajam! diria eu …..continuamos a ter um mundo sensorial no outro e em nós mesmos para explorar.
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E que melhor momento? A gravidez tem a extraordinária capacidade de transformar o corpo da mulher de forma diária e ao longo de 40 semanas! Descubram-no e desfrutem-no. Afinal, a pele é o mais extenso órgão do corpo. UAU!
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E, se a gravidez transforma o corpo da mulher, transforma também o seu modo de sentir, transforma a sua forma de se relacionar com os outros….e com o parceiro não é excepção.
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E o homem, não está também ele “grávido” e a passar por alterações emocionais? Está com toda a certeza….e é assim que tem que ser……e então? como é que a sexualidade fica no meio disto tudo?
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A lista de “a ter em atenção” é curta:
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– COMUNIQUEM! Sempre que trasnmitimos ao outro o que nos vai na lama corremos o risco de não ser compreendidos….esta é uma permissa da comunicação; mas é igualmente verdade que se não comunicarmos não arriscamos ser compreendidos!
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Bom, a escolha é, como sempre, de cada um, mas atrevo-me a dizer que “no comunicar é que está o ganho”.
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E, no que observo no meu dia a dia com as famílias, não são as questões clínicas que levantam mais questões, mas antes as relacionais….num calado receio de melindrar o outro que encerra no silêncio belos momentos de amor vividos apenas na mente de cada um, sozinho…..
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COMUNIQUEM…..POR FAVOR!
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– APROVEITEM! o facto de estarem grávidos, com as alterações corporais e emocionais inerentes, para estimular a criatividade em busca de uma posição mais cómoda ou um local mais confortável. Aproveitem todas as situações que quando da chegada do rebento se poderão tornar menos frequentes/fáceis.
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Mimem-se, redescubram-se, namorem, dialoguem e…..até ao pós-parto!
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Pós-parto:
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– Releiam as dicas que deixei para o período da gravidez, a saber: COMUNIQUEM, SEJAM CRIATIVOS e…não se esqueçam que não estão sozinhos.
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Talvez deixar o bebé com os avós umas horas para uma ida ao cinema ou um simples jantar a dois faça maravilhas na relação.
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Lembrem-se: quando nasce um bebé, nasce também uma mãe e um pai….e já se olharam com esses novos olhos? Apresentem-se, cortejem-se, namorem-se e enamorem-se……….