O GUARDA-REDES! – Histórias D’ Embalar #15
Em domingo de emoções de Futebol, nada melhor do que a História do GUARDA-REDES para sonhar com muitas Vitórias.
BOA LEITURA!
Era um guarda-redes muito medroso. Quanto mais medo tinha, à frente da baliza, mais bolas deixava entrar.
– Este guarda-redes não presta para nada. É um frangueiro, e a baliza, que ele devia guardar, uma capoeira – disse o treinador. – Não o quero na equipa, nem para suplente do suplente do suplente. Fora com ele!
E o Guarda-redes medroso foi despedido. Que havia ele de fazer? Como Já estava habituado a guardar, embora mal, foi para guarda-portão, ou porteiro, de um banco. Podia ser pior, sei lá: Guarda-loiça, guarda-vestidos, guarda-vento…
Mas não teve êxito, no novo emprego. Ganhou tanto medo de que o banco, um dia, pudesse ser assaltado e ele responsabilizado por não ter feito frente aos assaltantes, que passava o tempo a tremer.
– Está com febre ou está com medo? – Perguntou-lhe o director do banco. – Em qualquer dos casos, a sua fraca presença à porta não dá segurança aos depositantes, Vá para casa!
E o guarda-portão, que tinha sido guarda-redes, foi despedido. Que havia ele de fazer? Como já estava habituado a guardar, embora mal, foi para guarda-freio, que é o nome que dão aos condutores dos carros-eléctricos.
Podia ser pior, sei lá: guarda-comidas, guarda-jóias, guarda-chuva…
Mas foi um fiasco. Tinha tanto medo de que o carro-eléctrico, nas curvas, derrapasse e descarrilasse, que nunca conseguia sair do mesmo sítio. Os passageiros protestavam, os outros carros-eléctrico, que vinham atrás, tilintavam e todo o trânsito, interrompido, empanturrado de automóveis e de autocarros, apitava, buzinava, trombeteava, num desespero.
– Saia do seu lugar, sua azémola, que é para não dizer cavalgadura! – Berrou-lhe aos ouvidos um polícia, tomando conta da ocorrência e dos freios do carro-eléctrico. – Saia e nunca mais volte a pôr os pés num transporte público. Só não lhe digo “Ponha-se na rua”, porque você nunca devia ter saído de casa.
E o guarda-freio, que tinha sido guarda-portão e guarda-redes, foi despedido. Que havia ele de fazer? Como estava habituado a guardar, com os resultados que se sabe, foi para guardar florestal. Podia ser pior, sei lá: guarda-roupa, guarda-sol, guarda-lamas…
A princípio, todo aquele isolamento, no meio da floresta, aterrorizava-o.
Qualquer bicada de pica-pau num tronco, qualquer esvoaçar de melro ao cimo das árvores, e o guarda florestal ficava com os cabelos em pé, que até o boné lhe subia uns centímetros acima da testa. Sem exagero.
Um dia, sabe-se lá porquê, desencadeou-se um fogo na floresta que o guarda florestal guardava. Quando o sentiu e quando o viu crescer em labaredas altas, o guarda florestal apanhou um susto que desatou a correr, a correr, a correr, que só parou de encontro ao muro do fundo do quartel dos bombeiros, porque já não havia mais chão para correr.
– Fofo! Fogo! – Tentava ele gritar, sem fôlego.
Os bombeiros acudiram e o fogo foi apagado a tempo.
– Se o guarda florestal não tivesse vindo avisar com urgência, se ele não tivesse sido tão rápido, se não fosse a sua energia e o seu destemor, tinha acontecido uma grande desgraça! – Comentou o chefe dos bombeiros.
Elogiado, homenageado, condecorado, o guarda florestal sentia-se outro.
Nunca mais teve medo de andar, sozinho, na floresta. Ele tinha sido um valente guarda florestal, toda a gente o dizia e ele próprio também achava.
Tanto assim que está a pensar mudar de profissão. Hesita. Ser guarda-noturno tenta-o. Ou guarda-costas. Ou guarda republicano. Até, talvez, um dia, experimente, de novo, o lugar de guarda-redes. Já nada lhe mete medo.
Carinhosamente,
A equipa D’Barriga
DICAS PARA PAIS
Há várias formas de criar uma sensação de segurança no seu filho:
– Oferecer um boneco mágico, uma lanterna mágica (para quem tem medo do escuro) e até “pós mágicos” para deitar antes de dormir (um saco com purpurinas faz milagres).
– Fazer pequenos teatros durante o dia em que os personagens passem por situações parecidas com as que o seu filho verbaliza e se saiam bem.
– Pedir ajuda ao seu filho para pequenas tarefas e agradecer-lhe, dizendo que é forte e crescido.