O Avô faz batota
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O avô faz batota – Histórinhas D’ Embalar #36
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— Anda, vamos jogar qualquer coisa — pede Oliver.
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— Por mim… a que queres jogar? — pergunta o avô.
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Oliver pensa.
— Ao jogo do assalto.
— Não preferes mostrar-me o teu jogo de computador? — pergunta o avô.
— Tu não percebes nada daquilo, avô!
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“E até é bem simples”, pensa Oliver. “Só tem de se carregar nos botões certos.” Simplesmente não lhe apetece explicar tudo uma vez e outra ao velho homem.
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— Ao gamão eu sou invencível — gaba-se ele.
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O avô está a “armar-se”.
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O tabuleiro com as pedras brancas e pretas ainda é de quando o avô era criança!
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— É dos jogos mais antigos do mundo — explica o avô. — Já os egípcios o conheciam.
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Naquele momento está a fazer um duplo assalto e come-lhe duas pedras.
Oliver faz uma careta mas consegue controlar-se.
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— Perdeste — diz-lhe o avô. — Agora vamos à desforra!
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De repente, começa a fazer asneira atrás de asneira. Oliver fica radiante. Mas quando, no terceiro jogo, Oliver volta a comer ao avô uma pedra e outra logo de seguida, começa a ficar desconfiado.
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— Estás a fazer batota — diz.
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— Isso é o que tu pensas — defende-se o avô. — Eu a fazer batota para perder? Só se faz batota para ganhar.
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Oliver trepa para o colo do avô e dá-lhe um abraço.
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— Queres parar de jogar? — pergunta o avô.
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— Não — responde Oliver. — Da próxima vez deixo-te ganhar.
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Max Bolliger
30 Geschichten zum Verschenken
Lahr, Verlag Ernst Kaufmann, 1991
Tradução e adaptação
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