Férias em Portugal
n
n
n
FÉRIAS EM PORTUGAL – Histórinhas D’ Embalar #26
n
n
-Quem me dera que viesses connosco a Portugal! – suspirou a Poppy.
n
n
– Quem me dera ir, também! -respondeu a Mel.
n
n
– A mãe diz que a agua do mar é sempre quentinha e que vamos comer toneladas de marisco – disse a Poppy.
n
n
– Ugh, então ainda bem que não vou.
n
n
Detesto marisco! – riu-se a Mel.
n
n
A viagem correu muito bem. Depois de o avião aterrar, a Poppy e a família recolheram as malas, arrumaram-nas no carro alugado e partiram em direcção à costa.
n
n
Quando chegamos? – resmungou a Poppy, impaciente.
n
n
Está quase – disse o pai. – Prometo.
n
n
Pouco depois, o carro fez uma curva apertada e surgiu-lhes no caminho uma bonita vila costeira.
n
n
O pai conduziu através das ruas e calcetadas em direcção ao porto e estacionou à entrada da estalagem.
n
n
– Já chegámos? – Exclamou.
n
n
– Uau! É espectacular! – espantou-se a Poppy.
n
n
Na manhã seguinte partiram à descoberta. Era tudo tão diferente da Colina do Pote de Mel… O ar era quente e salgado e havia muitos cafés e gelatarias diferentes.
n
n
– Podemos ir àquela casa de gelados? – pediu a Poppy.
n
n
– Tomámos o pequeno-almoço mesmo agora, além disso, vamos à praia – riu-se a mãe. – Iremos lá noutra altura, prometo.
n
n
Na praia, a Poppy começou a sentir-se aborrecida.
n
n
A mãe estava a tomar conta dos gémeos e o pai tinha o nariz enfiado num livro.
n
n
Se ao menos tivesse aqui a Mel, pensou a Poppy, com saudades da sua amiga.
n
n
Foi então que reparou numa menina da sua idade e foi lá perguntar-lhe se ela queria brincar.
n
Chamava-se Joana e, embora falasse pouco inglês a Poppy nem sequer falasse português, rapidamente se tornaram boas amigas.
n
n
Durante o resto das férias a Poppy e a Joana divertiram-se muito juntas.
n
n
Nadaram no mar quentinho, entusiasmadas, construíram castelãs de areia maravilhosos, e ensinaram português e inglês uma à outra.
n
n
Os pais até as deixavam passear juntas pelo porto, desde que prometessem que não se afastavam muito da fonte dos golfinhos.
n
n
No dia do mercado, os pais levaram a Poppy e os gémeos ao centro da vila para passearem. A praça central estava cheia de bancas coloridas.
n
n
– Uau! Exclamou a Poopy. – Há tantas coisas giras!
n
n
Os gémeos queixaram-se com fome e os pais foram comprar-lhes um bolo, mas a fila era enorme e a Poppy não queria ficar à espera.
n
n
– Por favor, posso ir ver as outras bancas? – Pediu ela.
n
n
– Sim, mas promete que não te afastas – disse a mãe.
n
n
n
Quando estava a caminho de uma banca de bijuteria, encontrou a Joana que parecia estar imensamente aborrecida. Ao ver a Poppy, a Joana disse algo para os pais e correu junto dela.
n
n
– Olha, vou comprar este colar para a Mel, a minha melhor amiga – disse a Poppy.
n
n
A joana gostou tanto da ideia que também comprou um para a sua melhor amiga.
n
n
As duas meninas passearam pelo mercado a apreciar toas as coisas bonitas que havia. Mas, a certa altura, já estavam cheias de calor.
n
n
– Queres um gelado? – Perguntou a Joana.
n
n
– Sim! Respondeu a Poppy. – Eu vi uma geladaria no nosso primeiro dia. Ficava ao lado de uma igreja branca.
n
n
A Joana sorriu e apontou para a torre de uma igreja.
n
n
Esquecendo-se da promessa que tinha feito à mãe, a Poppy foi à frente, procurando o caminho em direcção à torre daquela igreja. Entraram num beco, correram por uma rua acima, viraram à direita e depois à esquerda e, finalmente, lá estava a igreja.
n
n
No mercado, os pais da Poppy e da Joana aperceberam-se de que elas não estavam por perto.
n
n
Muitíssimos preocupados, procuraram-nas por todo o lado mas elas não apareceram. Tinham-se evaporado.
n
n
Entretanto a Poppy e a Joana estavam em frente à igreja, a olhar em volta.
n
n
Não havia nenhuma casa de gelados. O que deviam fazer?
n
n
A Poppy sentiu um frio terrível na barriga. Sabia que estavam perdidas e a culpa era dela.
n
n
– Vamos até ao mercado? Sugeriu a Joana, tentando parecer corajosa.
n
n
Experimentaram umas e outras ruas mas pareciam todas iguais, acabando por voltar sempre à porta da igreja. Também não queriam falar com desconhecidos e não havia nenhum polícia à vista. Não havia nada a fazer.
n
n
Sentaram-se nos degraus da igreja e começaram a chorar.
n
n
Foi então que a porta da igreja se abriu…
n
n
Era a dona da estalagem onde a Poppy e a família estavam hospedadas.
n
n
– Meninas! O que fazem aqui sozinhas?
n
n
– Queríamos ir à casa de gelados ao lado da igreja branca, mas já cá não está – choramingou a Joana.
n
n
– É porque aqui há muitas igrejas brancas parecidas! – disse a senhora.
n
n
– Temos de encontrar os vossos pais.
n
n
– Muito obrigada – disse a Poppy no seu melhor português. – Eles estão no mercado.
n
n
À medida que percorriam o labirinto das ruas estreitas e calcetadas, o alívio da Poppy transformou-se em preocupação.
n
n
Os pais iam ficar zangados…
n
Depois chegaram ao mercado. A mãe da Poppy viu-a logo.
n
n
– Estás aí! – gritou ela. – Encontrei-te!
n
n
O pai da Poppy e os pais da Joana estavam logo atrás.
n
n
n
– Promete que nunca mais voltas a fazer uma coisa destas! – disse o pai, num tom de repreensão.
n
n
– Prometo! – solução a Poppy – peço muita desculpa!
n
n
– Eu também! – disse a Joana.
n
n
Durante o resto das férias a Poppy e a Joana portaram-se muito bem.
n
n
Por isso, no último dia a mãe decidiu que elas mereciam um mimo.
n
n
Foram até à vila, passaram por uma igreja branca e …
n
… entraram na geladaria!
n
n
– Obrigada! – exclamou a Poppy muito feliz – pensei que já não vínhamos cá.
n
n
– Bem, eu tinha prometido que te trazia – sorriu a mãe.
n
n
Depois de regressarem à Colina do Pote de Mel, o pai ajudou a Poppy a pôr as fotografias das ferias num álbum.
n
n
– Desculpa ter desaparecido no mercado – disse a Poppy.
n
n
– Tu sabes que as regras são para te proteger – respondeu o pai. – Não são para te estragar as brincadeiras.
n
n
– Eu sei – admitiu a Poppy. – Prometo que não volto a fazer o mesmo.
n
n
E, no fim, sempre comi o meu delicioso gelado!
n
n
n
Autor:
n
Janey Louise Jones