Escolher pediatra
É frequente no ambiente de proximidade, partilha e cumplicidade que no D´Barriga se vive, que me questionem acerca do/da pediatra que recomendo.
Dizer nomes que possam estar mais em voga em cada momento é, naturalmente, fácil… demasiado fácil para a forma como encaro cada solicitação que cada família nos coloca. Posto isto, convém desmontar desde já algum mito que possa existir:
– Não há pediatras perfeitos!
Pediatras são pessoas, como tu e eu, e como tal contêm em si TODAS as características habituais em humanos, as excelentes e as outras também: mesmo às/aos melhores dos humanos, acontecem dias “não”, dias “assim, assim” e dias “não me aborreçam”…
Assim, escolher O pediatra pode parecer tarefa difícil…..a mim pessoalmente causou-me uma enorme angústia! Marido cheio de alergias, asma e outras maleitas, já imaginava a cria a padecer dos mesmos males e a ter necessidade de um mega especialista nisto e naquilo…até que uma sábia amiga me sussurrou: “primeiro precisas de um pediatra, se posteriormente se detectar que a Leonor tem algum problema, logo se orienta para o profissional adequado!”
Por esta e outras razões, decidi tentar dar algumas dicas que possam ajudar as famílias a fazer as melhores escolhas de acordo com os valores e aspectos que valorizam mais, a considerar:
– Tudo aquilo que preparamos nos auxilia e minimiza o risco de erro; logo, pensar e ponderar a escolha da pessoa que zelará pelo bom desenvolvimento do nosso bebé pode e eu diria “deve” ser feito antes do seu nascimento.
Mas, como fazê-lo?
– Tal como um plano de parto, cada família tem certamente uma visão de como deve ser realizado o acompanhamento do bebé.
Assim, procurem em casal encontrar os valores que consideram fundamentais que sejam comungados também pelo pediatra:
– Pró amamentação? Sim/Não/Não é importante.
– Pró não intervenção farmacológica? Sim/Não/Não é importante.
– Pró infantário vs solução em casa? Sim/Não/Não é importante.
– Pró medicinas complementares? Sim/Não/Não é importante.
– Disponível para escutar ativamente os pais e as suas pretensões? Sim/Não/Não é importante.
Depois destes aspetos, há ainda a ter em conta os relacionados com questões logísticas, igualmente relevantes na relação que estabeleça com o pediatra.
A considerar:
– Exerce clínica privada apenas? Isto pode traduzir-se em maior disponibilidade de atendimento presencial, por exemplo.
– Exerce trabalho em diversos locais? Este aspeto pode ou não traduzir-se numa maior flexibilidade de atendimento numa situação de urgência pontual.
– Tem convenções com companhias de seguros? Há famílias para quem este ponto é determinante na escolha do profissional que vai acompanhar o seu filho/a.
– O local onde deve ir à consulta tem fáceis acessos, estacionamento e enquadra-se no seu raio de movimentação?
Está então tudo ponderado, e em função das respostas de cada família o nome mais “votado” estará encontrado.
Podem e até deveriam, marcar uma “consulta” com o pediatra, antes do nascimento do bebé.
Esse é um momento em que podem expor as vossas pretensões, o que vos inquieta e o que esperam num pediatra – logo obterão uma primeira impressão das reações do pediatra.
Ainda assim, após o nascimento e a qualquer momento do percurso de vigilância e acompanhamento da evolução do bebé, em que julguem que o pediatra não está a corresponder, lembrem-se que são soberanos para mudar afinal, não assinamos contratos vitalícios!
Ajudou?
Espero que sim! E, já agora, deixe a sua opinião sobre este artigo e sugestões de temas para os quais gostaria que tentassemos dirigir a nossa atenção.