Família é AMOR (e muito mais!)
Somos seres sociais. “Nascemos no seio de uma família” – esta frase tantas vezes ouvida e proferida remete-me de imediato para a palavra seio e a leitura que dela faço.
Família é seio, é colo, é nutrição, é casa, é lar.
O conceito de família tem vindo ao longo dos anos a sofrer transformações e, diria eu, percepções. Longe vai o tempo em que a família era uma instituição composta por duas ou mais pessoas, que tinham entre si laços de sangue ou matrimónio, com hierarquias e papéis definidos.
Na era moderna, a família assumiu diferentes e novas formas, com outras tantas nomenclaturas, consoante a corrente subjacente ao olhar. Identificam-se as famílias desestruturadas – que afinal não o são, apenas têm uma estrutura que difere de um determinado padrão; identificam-se as famílias disfuncionais – que afinal são funcionais, apenas funcionam de uma forma diferente da padronizada e/ou socialmente considerada “certa”; fala-se em famílias acordeão, famílias multidesafiadas – e não serão todas?; fala-se em famílias monoparentais, homoparentais, reconstituídas, adoptivas, famílias sem filhos e todo um sem fim de nomenclaturas que visam catalogar, rotular e de imediato imprimir uma tónica na forma como os seus elementos se podem inter-relacionar.
Gosto de pensar e falar para lá da embalagem, para lá da forma como se me apresentam e procurar compreender o que as “cola”.
Cada indivíduo é naturalmente um microssistema, que necessita de se sentir pertença para viver em sociedade, e a família é ou deve ser esse lugar seguro.
No Dia Internacional da Família, queremos lembrar este conceito, tão importante como subjetivo, não podendo restringir o conceito de família àqueles com quem temos laços de sangue – seria demasiado redutor. Família é onde nos sentimos em casa, família é com quem apreendemos valores, padrões de conduta, onde aprendemos sobre afetos, amparo, incentivo; família é onde queremos estar; família é oxigénio; família é vínculo, porto de abrigo.