Dia dos Avós
É hoje!
26 de julho, Dia dos Avós!
Que melhor do que o dia do meu próprio aniversário para mergulhar em memórias! Adoro fazer anos no Dia dos Avós!
Felizmente, tenho as melhores memórias dos meus.
As memórias dos meus avós paternos têm menos cenários, o convívio foi menor, mas o sabor das gemadas de ovos acabadinhos de por, a lembrança do odor dos pintos a quem tanto gostava de “botar” milho e o sabor da água que corria sempre fresca na torneira da cozinha com vista para o jardim e o galinheiro fazem parte das fotografias mentais guardadas com carinho na gaveta das memórias essenciais.
As memórias dos meus avós maternos têm mais cenários, cresci a viver em casa deles. Não escapei de vestir casacos quando a avó tinha frio, não escapei aos quadradinhos de chocolate depois do almoço porque (coitadinha) não tinha comido quase nada, e não escapei de ficar de castigo sem ver televisão uma ou outra noite por ter feito alguma, mas também não os poupei aos sustos dos joelhos esfolados no jardim das traseiras – verdadeiro oásis de mil aventuras e outras tantas travessuras – que sempre traziam a conversa “- é uma responsabilidade tomar conta de ti, se te acontece alguma coisa eu nem quero pensar!” e a mais umas quantas peripécias de bichos de conta que tentei “domesticar” e imensos bolos de lama que ocuparam inúmeras tardes da minha infância.
Escreveria certamente alguns capítulos de livro com relatos coloridos, odorados e até sonorizados de memórias – pois se até uma canção de embalar com o meu nome a minha avó materna me compôs!
Mas não é sobre as minhas memórias específicas que quero falar, mas antes sobre a importância, as aprendizagens, as sementes e o AMOR que esse tempo partilhado traduzem.
Com os pintos aprendi sobre fragilidade, com a canção de embalar aprendi sobre tempo, tempo de estar, e tempo de amor. Com o avô paterno aprendi sobre colo e com os jogos que o meu avô materno me deixava ganhar na batota aprendi sobre amor (um pouco mais), sobre tolerância, empatia e o poder transformador da educação em amor – é que sempre me dirigia palavras que me deixavam na incerteza de ter sido ou não desmascarada e, no final, já não me dava “gozo” ganhar na batota.
Os avós são realmente pessoas especiais na vida dos netos. As suas casas são verdadeiros templos de aventuras e descobertas, e ensinam…..ensinam tanto enquanto aprendem – sim, os avós também aprendem com os netos! Aprendem sobre persistência, aprendem sobre uma paciência que desconheciam, aprendem superação, crescem em AMOR, em brilho, ganham vida e neles se perpetuam muito para lá da sua existência – pois cada ser é inevitavelmente toda a sua genealogia e ancestralidade.
Hoje é Dia doa Avós….e eu tenho SEMPRE saudades dos meus!