Da responsabilidade social da amamentação
Desengane-se quem julga que a responsabilidade de amamentar é da mulher que pariu!!
Desengane-se quem mede em ml’s e em tempo de exclusividade o sucesso da amamentação. Somos seres humanos, não robots!
Desengane-se quem dissocia a amamentação de toda uma cultura.
Todos os nossos processos biológicos estão relacionados com as nossas vivências (culturais) e com as nossas emoções – logo, a responsabilidade da amamentação é também de todos quantos cercam cada mãe, cada puérpera.
Vamos repetir: a responsabilidade do sucesso da amamentação é da sociedade.
Da sociedade: a cada vez que acha um “disparate” uma mulher esforçar-se por amamentar, utilizando a velha desculpa “eu dei leite artificial e não morreu”.
Dos empregadores: a cada vez que pressionam, mesmo que em surdina, para um regresso precoce, dificultando tantas vezes o direito à redução do horário de trabalho para aleitamento.
É de todos os que não empregam mulheres porque têm filhos – acentuando as descriminações de género e em claro desrespeito pela constituição.
É também dos profissionais e do sistema: por falta de sensibilidade, formação ou tempo para acompanhar devidamente cada família, optando inúmeras vezes pela facilidade de resolução de problemas com a recomendação do leite artificial.
É a indústria dos leites, que sub-repticiamente dá nomes pomposos a um pó, chamando-lhe “suplemento”.
Cada gota de leite materno conta!
Saiba que fez o melhor com as ferramentas de que dispunha.